Pesquisadores da Universidade Fudan, em Xangai, China, desenvolveram uma tecnologia inovadora que possibilitou a quatro pacientes com paralisia recuperarem a capacidade de andar. O método consiste na implantação de chips de eletrodos no cérebro e na medula espinhal, estabelecendo uma “interface cérebro-coluna triplamente integrada”. Essa abordagem reconecta as vias de comunicação interrompidas entre o cérebro e a medula espinhal, formando um “bypass neural” que restaura os movimentos voluntários.
Um dos casos de destaque é o de Lin, um homem de 34 anos que perdeu os movimentos das pernas após uma queda de quatro metros. A cirurgia, realizada em janeiro, durou cerca de quatro horas e, surpreendentemente, 24 horas após o procedimento, Lin já conseguia mover as pernas. Duas semanas depois, ele conseguia caminhar quase cinco metros e, ao final de fevereiro, relatou sensações como formigamento e calor nos pés, além de recuperar a percepção de necessidades fisiológicas.
Os chips implantados, com apenas 1 mm de diâmetro, foram posicionados no córtex motor, região responsável pelos movimentos voluntários. Esses dispositivos captam e decodificam sinais neurais, enviando estímulos elétricos para raízes nervosas específicas, permitindo que os pacientes controlem músculos paralisados sem a necessidade de dispositivos externos.
A tecnologia chinesa se diferencia de outras abordagens, como a da empresa Neuralink, por focar na reconexão do sistema nervoso sem depender de membros robóticos. Os resultados promissores indicam que, dependendo da evolução, os pacientes poderão se livrar de dispositivos de suporte em até um ano.
