Turistas argentinos devem lotar praias brasileiras neste verão, impulsionados pela vantagem cambial histórica
Neste início de ano já começam a se formar filas de carros de até 500 metros para acessar a aduana, no lado argentino. Segundo autoridades vizinhas são 20 carros por minuto que passam pelos guichês. Houve um aumento na estrutura de cabines de atendimento, o que gera mais agilidade no processo burocrático.
Os argentinos, tradicionalmente os estrangeiros que mais visitam o Brasil, prometem protagonizar um verdadeiro recorde nas praias brasileiras neste verão de 2025, tanto em número de turistas quanto em consumo. A “avalanche” de visitantes é impulsionada por uma combinação inédita de fatores econômicos: a valorização do peso argentino e a desvalorização do real, configurando a melhor vantagem cambial para os argentinos nos últimos 26 anos.
O cenário remete a janeiro de 1999, quando o real sofreu sua primeira grande desvalorização desde sua criação em 1994. Naquela ocasião, o câmbio favorável já estava consolidado quando muitos argentinos haviam planejado suas férias. Em contraste, a desvalorização mais recente do real ocorreu no último trimestre de 2024, coincidindo com o momento de decisão dos argentinos sobre seus destinos de férias.
Além disso, enquanto o real se desvalorizava, o peso argentino ganhava força. Em um ano, a Argentina passou de um dos países mais baratos do mundo para um dos mais caros, tornando o Brasil uma opção extremamente atrativa.
De acordo com um estudo da Fundação EcoSur, a diferença de custos é significativa: passar duas semanas de férias em Mar del Plata, na Argentina, pode custar o dobro do que o mesmo período no Brasil e em estados como Santa Catarina ou Rio Grande do Sul. Esse contraste explica o aumento expressivo no interesse dos argentinos pelas praias brasileiras neste verão.