A inundação recente teve um impacto significativo na economia do Rio Grande do Sul, atingindo em cheio o setor de alimentação fora de casa. Metade das 4,2 mil vagas de emprego com carteira assinada fechadas no setor de serviços em maio no estado corresponde ao ramo de bares e restaurantes. Com estabelecimentos diretamente prejudicados pela força da água ou enfrentando falta de demanda devido a problemas de circulação, o setor agora clama por crédito acessível e flexibilizações trabalhistas para evitar mais demissões e garantir a sobrevivência dos negócios.
De acordo com dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), em maio, o ramo de alimentação, que inclui restaurantes, bares, lanchonetes e similares, registrou o fechamento de 2.176 vagas de emprego formal no estado. Esse número representa 51,5% do total de postos de trabalho eliminados no setor de serviços em maio (4.226).
Entre os cinco grandes setores analisados pelo Caged, o setor de serviços ficou em quarto lugar em termos de fechamento de vagas em maio, atrás de indústria, comércio e agropecuária. No entanto, a queda no setor de alimentação é particularmente preocupante, já que tradicionalmente este ramo costuma contratar mais durante a chegada do frio no estado.
Maria Fernanda Tartoni, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) no Rio Grande do Sul, ressalta que os proprietários de estabelecimentos afetados enfrentam um conjunto de problemas complexos. Ela destaca a dificuldade de manter os pagamentos dos funcionários enquanto a empresa não está faturando e ainda precisa cumprir com obrigações como empréstimos.
— As pessoas ficaram alagadas. Para ter uma perspectiva de voltar a operar em no mínimo três meses, a primeira coisa é cortar os custos fixos. Demitir, negociar aluguel — explica Tartoni.
Essa situação destaca a necessidade urgente de medidas de apoio para ajudar o setor a superar essa crise e evitar um colapso ainda maior no mercado de trabalho.