Uma investigação conduzida por veículos de imprensa internacionais revelou que a Rússia utilizou o Brasil como ponto estratégico para criar identidades falsas e enviar agentes de inteligência para missões de espionagem na Europa e nos Estados Unidos. A informação foi divulgada pelo jornal The Washington Post nesta quarta-feira (21).
Segundo a reportagem, a prática envolveu a criação de perfis fictícios, com documentação brasileira forjada, que permitiu a agentes russos obter passaportes legítimos. Esses documentos foram usados para facilitar viagens e operações de inteligência no Ocidente, dificultando a identificação das verdadeiras origens desses indivíduos.
O caso veio à tona a partir da prisão, em 2022, do russo Sergey Cherkasov, que vivia no Brasil sob uma identidade falsa, alegando ser um cidadão brasileiro chamado Viktor Muller Ferreira. Cherkasov foi detido ao tentar entrar nos Países Baixos para uma missão de espionagem e, posteriormente, extraditado para os Estados Unidos, onde responde a processos por crimes relacionados à espionagem.
As autoridades brasileiras colaboraram com as investigações internacionais, e o caso chamou a atenção para vulnerabilidades no sistema de emissão de documentos no Brasil. Até o momento, o governo brasileiro não se pronunciou oficialmente sobre o relatório divulgado.
De acordo com o The Washington Post, a estratégia russa de usar o Brasil como “linha de montagem” de espiões representa um método sofisticado para infiltração de agentes, contornando os sistemas de segurança e vigilância de países da Europa e da América do Norte.
