Após dias sob um céu encoberto por uma densa camada de fumaça proveniente das queimadas na Amazônia e em São Paulo, os moradores de Uruguaiana foram surpreendidos nesta semana por uma chuva incomum: a chamada “chuva negra” ou “chuva preta”.
Moradores relataram ter visto a precipitação carregada de fuligem e espuma, fenômeno que acontece quando as partículas de poluentes suspensos no ar, como a fumaça das queimadas, se misturam com as gotas de chuva, tingindo-a de um tom escuro. Essa situação inusitada preocupa, pois evidencia a gravidade da poluição atmosférica que afetou a cidade nos últimos dias.
De acordo com especialistas, a chuva que caiu nesta manhã deve cessar até o fim do dia, trazendo um breve alívio à população. No entanto, as autoridades alertam para a possibilidade da fumaça retornar, caso as condições climáticas favoreçam a circulação dos ventos que trazem os resíduos das queimadas para a região sul do país.
Além dos problemas de visibilidade e odor, a fumaça e a fuligem podem afetar a saúde das pessoas, principalmente aquelas com problemas respiratórios.
As queimadas que afetam grandes regiões do país, como a Amazônia, têm gerado efeitos colaterais preocupantes em cidades distantes dos focos de incêndio, como Uruguaiana. O fenômeno da “chuva negra” é um reflexo alarmante do impacto ambiental dessas queimadas, que, além de devastarem a vegetação, poluem o ar e causam transtornos às populações urbanas.
A previsão é de que os ventos ajudem a dissipar a fumaça nos próximos dias, mas os especialistas recomendam cautela e atenção às mudanças climáticas que podem agravar a situação.