Sábado, Setembro 21, 2024
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Olimpíadas 2024: Por Que o Brasil Teve Mais de 100 Minutos de Acréscimos nos Jogos?

Com a chegada da seleção brasileira à final do futebol feminino nas Olimpíadas de Paris, a equipe jogará seu sexto jogo oficial, mas, na prática, será como se fosse o sétimo. Isso ocorre porque, ao somar os acréscimos dos jogos nas fases de grupos e eliminatórias, o Brasil enfrentou um total de 114 minutos extras – o equivalente a uma partida completa e quase uma prorrogação. Essa situação é resultado de uma aplicação mais rigorosa da recomendação da FIFA, que começou na Copa do Mundo do Catar.

A FIFA instruiu os árbitros a combater a perda de tempo no futebol, adicionando minutos ao final do jogo para compensar substituições, atendimentos médicos, comemorações de gol e revisões de VAR. Tudo que interrompe o fluxo do jogo – incluindo a “cera” dos jogadores para gastar tempo – deve ser contabilizado como acréscimo. Nos Jogos Olímpicos, somando as competições de futebol masculino e feminino, o tempo extra já ultrapassou 800 minutos. Durante a Copa do Mundo no Catar, que iniciou essa prática, foram adicionados 676 minutos ao tempo regulamentar, uma média de 10,5 minutos extras por partida. Pierluigi Collina, ex-árbitro e representante da FIFA, declarou que essa mudança fez com que os jogos tivessem, em média, 59 minutos de bola rolando. Na partida entre Inglaterra e Irã, que terminou em 6 a 2 e foi apitada pelo brasileiro Wilton Pereira Sampaio, foram acrescidos 27 minutos aos 90 regulamentares.

O que antes era exceção tornou-se comum em Paris. Na semifinal contra a Espanha, o Brasil teve 30 minutos de acréscimos; nas quartas de final contra a França, foram 25 minutos. A seleção enfrentará os Estados Unidos na final do torneio feminino neste sábado. Com tantos acréscimos, a equipe brasileira jogará quase o mesmo tempo que as adversárias, que precisaram de duas prorrogações para chegar à final. Até agora, foram 12 dias de competição.

Acréscimos nos Jogos do Brasil nas Olimpíadas:

  • Brasil 1 x 0 Nigéria: 10 minutos (1º tempo) e 9 minutos (2º tempo) – 19 minutos no total
  • Brasil 1 x 2 Japão: 5 minutos (1º tempo) e 11 minutos (2º tempo) – 16 minutos no total
  • Brasil 0 x 2 Espanha: 10 minutos (1º tempo) e 20 minutos (2º tempo) – 30 minutos no total
  • Brasil 1 x 0 França: 6 minutos (1º tempo) e 19 minutos (2º tempo) – 25 minutos no total
  • Brasil 4 x 2 Espanha: 6 minutos (1º tempo) e 18 minutos (2º tempo) – 24 minutos no total
  • Total: 114 minutos

Alguns árbitros entrevistados pelo Estadão se opuseram às orientações da FIFA. Carlos Eugênio Simon, ex-árbitro da FIFA que apitou em três Copas do Mundo e atualmente comentarista da ESPN, acredita que o futebol já possui regras para inibir o antijogo, tornando desnecessários esses acréscimos extraordinários. “O árbitro controla o tempo de jogo. É necessário manter o bom senso para isso. Mas há uma orientação da FIFA em relação a isso. Acho ruim esses acréscimos justamente porque há mecanismos para prevenir o antijogo”, afirmou ele.

O antijogo, neste contexto, refere-se a quedas de jogadores simulando lesões, demora para repor a bola em jogo e outras interrupções. A FIFA busca coibir essas práticas adicionando tempo extra ao final dos jogos para compensar as paralisações. Na vitória por 4 a 2 contra a Espanha, o Brasil foi criticado pelas adversárias. “Levamos quatro gols de uma equipe que, para mim, não joga futebol, mas, no final, o que conta são os gols. Creio que foram falhas nossas, não jogamos o nosso futebol. Gostei do nosso segundo tempo, mas já era difícil”, disse Hermoso em entrevista à rádio Cope.

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